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Aconselhamento Em Meio a Crise Financeira

23 de março de 2017

Orientações básicas para casais organizarem-se, saírem da situação de crise financeira e viverem em harmonia administrando bem suas finanças.

1. INTRODUÇÃO

Muitas são as crises que abatem as famílias. E na atualidade não é somente a infidelidade que causa separações. A vida financeira tem sido um fator significativo nas rupturas dos lares, por isso, falar sobre dinheiro, como lidar com ele, e a escravidão que o amor excessivo ao dinheiro traz é muito mais sério do que se parece. Os efeitos da crise financeira sobre o lar são devastadores. Muitos casais endividados lutam contra a depressão, a insônia, a impotência sexual, traumas, baixa auto-estima e por fim a separação.

Dívida é escravidão. Prevenir a obtenção dessa escravidão ainda é a maior arma do casal. Há meios preventivos como ter e respeitar um orçamento, ter uma poupança para ser usada nos momentos difíceis, etc. Mas, se não foi possível prevenir e uma vez instalada a crise, como livrar-se dela? Que caminhos o casal deve percorrer para solucioná-la?  Ações, caminhos e atitudes que buscam a solução da crise financeira é o que se propõe nesse artigo.

 

2. O CONSELHEIRO E O ACONSELHAMENTO

2.1 Por que buscar um aconselhamento?

São variadas as situações em que as pessoas precisam de aconselhamento. Segundo Aguiar (07) as situações que trazem crises podem ser: morte inesperada, crise financeira, doença grave, gravidez indesejada, desentendimento familiar, etc. Já Dayton (96. p.61) citando Eclesiastes 4.12 afirma que é a própria Bíblia que encoraja o aconselhamento: “Uma pessoa sozinha corre o risco de ser atacada, mas duas juntas podem se defender melhor. E se forem três, melhor ainda; a corda trançada com três fios não arrebenta facilmente”. Para Dayton (96) as pessoas em situação de crise podem procurar conselhos nas Escrituras, no Senhor Deus através da oração, em pessoas piedosas e nos pais, mas se forem casadas, o cônjuge deve ser a primeira fonte de conselho. No entanto, algumas decisões requerem maiores cuidados:

Devido a sua importância e abrangência, algumas decisões merecem mais atenção que outras. Decisões relativas à carreira ou à compra de uma casa, por exemplo, afetam-nos por um maior período de tempo que a maioria da outras escolhas que fazemos. (DAYTON, 96 p. 64)

Percebe-se que há momentos que se faz necessário o conselho de alguém com preparos específicos. Aguiar (07) reforça a necessidade de um aconselhamento, “aconselhamento não é nada novo. Encontramos na Bíblia muitas situações de aconselhamento. Jetro aconselhou Moisés, Natan aconselhou Davi, Noemi aconselhou Rute, Isaías aconselhou Ezequias, Esdras aconselhou o povo, Paulo aconselhou Timóteo, etc.” (AGUIAR 07 p.1). Não há nada de errado em buscar aconselhamento, também não há nada místico. No aconselhamento a pessoa encontrará segurança, esperança e força para se erguer e vencer a crise que passa.

 

2.2 O Conselheiro Cristão.

O conselheiro cristão é alguém que se dispõe a ajudar e acompanhar quem precisa, à luz da Palavra de Deus, buscando a solução de determinados problemas. Como aconselhamento é algo sério, o conselheiro deve estar bem preparado reconhecendo a realidade que o cerca, pois conforme diz Aguiar (07 p.1) “a complexidade e as exigências da sociedade em que vivemos constituem um solo fértil para que as pessoas se vejam às voltas com problemas emocionais e relacionais. O conselheiro se vê frente a situações como ansiedade, dúvida, depressão, traumas, medo, solidão, etc.”

Com isso, para Aguiar (07) quem se dispõe a aconselhar precisa também compreender que no mundo em que vive as pessoas estão cada vez mais informadas, deixam-se guiar pelo prazer, não crêem em verdades absolutas, são individualistas, ou seja, ou juntam-se em tribos urbanas ou vivem cada vez mais sozinhas. Elas não se importam com a coerência da verdade, atitude que as tornam cada vez mais insatisfeitas, são imediatistas e a infidelidade é comum em seus relacionamentos.

O conselheiro então deve ser alguém bem preparado, pois como afirma Aguiar (07 p.2) “se o mundo se transforma e não percebemos, agarramo-nos a velhas formulas que não funcionam mais. Todas as mudanças trazidas pelo pós-modernismo precisam ser compreendidas, ainda que não necessariamente aceitas”. Então um conselheiro bem preparado é alguém que não está preso ao engodo do mundo pós-moderno, antes disso, é alguém que possui as virtudes de um bom observador, é sensível, interessado, acessível, habilidoso e estimulante.

 

3. PONDO A “CASA” EM ORDEM

O que se considera aqui como “casa em ordem”, MacDonald (98) chama de ordem no mundo interior. Certo de que a maioria dos leitores de sua obra já possui um compromisso com Cristo, organizar o mundo interior, para ele, além de ser uma luta diária e para vida toda, é organizar o íntimo, as emoções, os pensamentos, onde ocorre a comunhão com Deus. Esta organização (ordem) é dar a Jesus o controle total de suas vidas.

MacDonald (98) expõe dois termos, a síndrome do afundamento e o panorama visto da ponte de comando. Síndrome do afundamento é um estado em que a pessoa dá mais valor a coisas exteriores e no seu íntimo possui um vazio enorme, mascarado exteriormente, mas, quando as pressões aparecem, tudo indica que seu mundo vai desabar e a máscara cai. Para ele, muitos cristãos sérios (comprometidos) estão numa luta interior e particular constante. Nesta luta está envolvida a atividade e a espiritualidade. Para resolver isto, a palavra chave é ordem, que somente é conseguida com uma base sólida e firme, para quando vierem as adversidades, o seu mundo não correr o risco de ruir. Já o panorama visto da ponte de comando é uma organização eficiente do interior que toda pessoa precisa ter, para não se “desintegrar” ante as pressões da vida. Esta ponte é um lugar de referência, onde o indivíduo volta e reavalia a própria vida. Este lugar é a fonte das emoções da pessoa, seu coração, sua motivação para viver.

De acordo MacDonald (98) ninguém pode ser uma pessoa impelida, ou seja, alguém que vive em busca de metas e objetivos sem saber direito o que quer. Esse tipo de pessoa não se dá bem com os outros, se ira facilmente, absorve muitas tarefas, faz o trabalho que lhe é proposto, mas destroi o seu próximo. A pessoa impelida tem seu foco em realizar algo para ter status ou superar alguém, cultiva uma vida exterior e esquece de cultivar uma vida moral, interior. A solução para o impelido é voltar-se para um chamado, viver em função dele e analisar sempre sua vida. A pessoa chamada é alguém intimamente atraída pelo “aceno” do Pai, que sabe ser mordomo, despenseiro de Deus, compreende quem é, possui um senso de objetivo, um compromisso firme e experimenta gozo e paz. 

O emprego do tempo também é muito importante. Para MacDonald (98), geralmente não há tempo para realizar tudo o que se quer devido à desorganização em que os indivíduos estão atolados, e só será possível acabar com a desorganização quando o controle for assumido por esses indivíduos. Isto envolve planejamento, disciplina e reconhecimento que Jesus é o Senhor do tempo.

3.1 A Espiritualidade do Casal

MacDonald (98) chama o íntimo de cada indivíduo de jardim a ser organizado. É no íntimo de cada um que o Espírito Santo atua. Organizar esse jardim é essencial, pois, sem ordem no interior, não há comunhão com Deus. No entanto, esta ordem não possui uma formula rápida, ela é algo que deve ser cultivada diariamente, mas que requer urgência e muita disciplina, muitas vezes serão necessário silêncio e isolamento para oração, leitura da Bíblia e meditação. Só assim será possível ouvir a voz de Deus. É impossível ter ordem sem a voz de Deus, por isso nada pode atrapalhar a comunhão com Ele, afirma MacDonald (98).

Esta organização dá uma fé segura diante das adversidades. Mas, além de silêncio e isolamento, a ordem só acontecerá se as verdades bíblicas habitarem no coração (jardim). E para que tudo isto aconteça deve-se ver tudo pela perspectiva de Deus o que somente é possível com uma vida disciplinada de oração. 

Uma base espiritual é importante, pois é comum se dizer na atualidade, tanto no senso comum, como em alguns meios acadêmicos que as igrejas falam em dinheiro somente para enganar o povo, mas não é bem assim. Sem entrar na questão dos “lobos em peles de cordeiros” ou dos falsos pastores e falsas igrejas, convém afirmar que as igrejas ensinam as pessoas a terem uma vida saudável, administrando os seus bens, porque é vontade do Senhor que assim vivam. Bifano (07) diz que a Bíblia possui mais de duas mil citações sobre dinheiro e bens materiais do que fé e oração. Coch (07) no artigo “O Equilíbrio do Lar” concorda com Bifano:

Dos 106 versículos do sermão do monte, 28 falam sobre dinheiro, das 39 parábolas que Jesus pronunciou, 26 falam de dinheiro. No evangelho de Mateus, Marcos e Lucas, 1 em cada 6 versos falam sobre dinheiro. E veja o que é mais interessante, a Bíblia tem cerca de 500 versos sobre a oração, a Bíblia tem cerca de 500 versos que falam sobre a fé e a Bíblia tem 2000 versos que falam sobre dinheiro. (COCH, 07, Apud. Taylor p.01)

Com isso, fica evidente que a Bíblia fala de dinheiro, mas porque tanta ênfase, porque tantas citações sobre dinheiro e bens?

Em Lucas 16.11 lemos: ’Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza? Neste versículo, Jesus equipara a maneira de lidarmos com o dinheiro com a qualidade de vida espiritual que temos. Se lidarmos com nosso dinheiro de maneira apropriada, de acordo com os propósitos das Escrituras, nossa comunhão com Cristo ficará mais forte. (DAYTON, 03 p.11)

Fica pressuposto por Dayton (03) que a forma como a pessoa lida com o dinheiro e os bens em si afeta diretamente a comunhão com o Senhor. E não é difícil perceber isso, pois como ainda afirma Dayton (03) basta observar que grande parte da vida gira em torno de dinheiro, passa-se muito tempo pensando em ganhá-lo, investir para ganhar mais e como gastá-lo. Isso gera uma competição: Quem dominará a vida do indivíduo, o dinheiro ou o Senhor. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mateus 6.24 – Bíblia Viva Revista e Corrigida)

Para organizar a vida espiritual o casal deve entender e viver sob o domínio de Deus, pois, Ele é o Senhor de tudo e controla toda história. O casal deve viver sob a égide da fidelidade, o que Deus propõe para todo ser. Para Dayton (03) a fidelidade está ligada a todos os recursos do casal, sejam nas pequenas ou grandes coisas, mas também, está relacionada com a posse dos recursos alheios, pois a forma como é tratado o bem do outro mostra o quanto o casal é confiável. Dessa forma, o caráter do casal é posto à prova, visto que “Deus usa o dinheiro para refinar nosso caráter” (Dayton 03 p.31). Como mordomos dos bens de Deus, o casal deve ser fiel em tudo, principalmente no dízimo. “Não deixem de ser fiel na entrega do seu dízimo à sua igreja, além de contribuir com alguma instituição cristã séria. Deus honrará a liberalidade do casal” (Bifano, 07 p.1)

Se numa situação de crise financeira houver também uma crise espiritual, com certeza o quadro será muito mais grave e penoso, por isso a vida espiritual deve ser organizada com prioridade, pois como diz a Palavra de Deus: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” (Mateus 6.33-34 – Bíblia Viva – Revista e Corrigida”)

 

3.2 Lidando com as emoções

Segundo o INSTITUTO DE ESTUDOS FINANCEIROS (IEF 07) uma crise financeira é um problema sério que pode causar nas pessoas “depressão, baixo auto-estima e enfraquecimento da saúde”. (IEF 07 p.1). Com o estado psicológico debilitado, o quadro de crise pode ficar bem pior, pois, a pessoa precisa dar o máximo de si para tomar decisões. 

Diante da crise financeira o desespero não pode “tomar conta” da situação. O SPC/SERASA (07) orienta:

Por mais incrível que isso pareça, muitas vezes quando se enfrenta uma crise financeira é melhor não fazer nada do que tomar uma atitude impensada, que possa prejudicar ainda mais sua situação financeira. É bem verdade que a perspectiva de assistir passivamente à evolução do seu saldo devedor lhe pareça impossível, mas é preciso cautela na hora de agir. (DIVIDAS, CADIN – SPC/SERASA 07, p.1)

Mas como se livrar da ansiedade, das noites mal dormidas e do nervosismo que ataca nessas horas? Como fugir da aflição e não deixar que isso venha se tornar em desespero e depressão? Ficar calmo nesse momento parece impossível, mas é isso que orientam os especialistas em finanças. A Bíblia também orienta essa atitude, não só para problemas financeiros, mas para as mais variadas decisões que a pessoa deve tomar. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra” (Salmo 46.10 Bíblia Vida Revista e Corrigida).

É notório que algumas decisões precisarão ser tomadas, como: um replanejamento e alguns cortes do orçamento, mas, isso será menos complicado se acontecer em um clima emocional calmo e equilibrado. Desabafar para seu conselheiro é o primeiro passo para conseguir essa vitória.

 

3.3 Os Bens Materiais

Junto à organização espiritual e emocional segue a organização geral dos bens que possuem. Isso se dá com um levantamento dos bens móveis e imóveis e do saldo salarial, seguido de um corte nos gastos. É nesse ponto, segundo o SPC/SERASA (07) que surge um grande problema: o apego aos bens e ao estilo de vida. 

A maior dificuldade de quem enfrenta uma crise financeira é se conscientizar de que sua vida precisa mudar drasticamente se quiser sair dessa situação. Dependendo do grau de endividamento […] não existe outra forma senão cortar drasticamente os gastos. (DIVIDAS, CADIN – SPC/SERASA 07, p.1)

A orientação geral dos especialistas é que o corte deve começar pelos gastos pessoais, desde despesas com alimentação até vestuário. Após isso, se esse corte não for suficiente, vale a pena vender parte do seu patrimônio. “E aqui vale de tudo, até mesmo a venda do imóvel que possui por um menor” (DIVIDAS, CADIN – SPC/SERASA 07, p.1). 

A idéia é tomar essa atitude como se estivesse tendo uma nova chance de começar uma nova vida em harmonia. Segundo o IEF (07) a atitude de cortar gastos é bem pessoal, e por isso, complexa, pois muitas vezes envolve mudanças no padrão de vida, o que muitas pessoas não desejam para si. Mas, afirma o instituto, o apego a materialidade nessa situação deve ser desconsiderada.

É evidente então que se houver a necessidade de se desfazer de alguns bens e mudar o estilo de vida para se ver livre da crise, isso deverá ser feito. Paulo ensinando a Timóteo sobre a piedade dá uma grande lição: 

E, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento. Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. (I Timóteo 6. 6-10 Bíblia Revista e Corrigida)

Com a visão de Deus para os bens materiais compreendida e vivenciada sair da crise financeira será menos penoso.

 

4. ATITUDES BÁSICAS PARA ACABAR COM A CRISE FINANCEIRA 

Há ações que devem ser tomadas para organizar a vida familiar. Como foi dito, se a vida espiritual, emocional e material do casal estiver bem centrada, chegar ao rumo desejado não será tão desgastante. Listam-se abaixo algumas atitudes importantes que devem ser tomadas em meio a uma crise financeira. Elas, se levadas à sério ajudarão o sanar da crise.

 

a) Reconhecer as causas dos problemas financeiros e ser realistas.

Muitas pessoas possuem valores distorcidos em relação ao dinheiro. “O modo como uma pessoa lida com o dinheiro pode ser um bom indicativo de seus valores” (COLLINS 04 p.622). Se o indivíduo lida com o dinheiro de forma materialista, com cobiça e ganância, tem fascínio por enriquecer depressa e é orgulhoso e ressentido, pode-se afirmar, segundo Collins (04), que está num mau caminho. Essas características são indicativas de que em breve uma crise poderá bater em sua porta. 

Problemas financeiros podem surgir também devido decisões impensadas ou equivocadas de acordo com Collins (04). Comprar por impulso, com descuido, ser especulador, fiador, preguiçoso, desleixado, perder tempo e comprar à credito são todas decisões equivocadas que fazem parte do escopo de causas que contribuem para o aumento de uma crise financeira. Além disso, a falta de um orçamento e da obediência ao mesmo tem contribuição significativa.

Após o reconhecimento do que evidenciou a crise é muito importante ser realistas. Bifano (07) diz que é importante encarar as finanças dentro da realidade, então pegar papel e caneta, e alistar as entradas reais e os compromissos fixos, parece ser simplório, mas é um passo coerente, pois diante do resultado não há como se iludir. Aliás, quanto ao resultado final, as entradas não podem ser menores que as saídas, mas se não foi possível, e é percebido que o saldo é realmente negativo, não é hora de aflição, é hora de respirar fundo e planejar as próximas atitudes.

 

b) Façam cortes nas suas despesas

Já foi falado como é importante, mas também penoso para muitos essa atitude, mas se tiver que fazer cortes, faça. E lembre-se:

Sua atitude em relação as coisas determinará seu sucesso no trabalho de se livrar das dívidas. Não pense no quanto estará perdendo ou quanto pagou pelo item que estiver vendendo. Pense no quanto estará ganhando, que poderá ser aplicado na diminuição imediata de sua dívida. (DAYTON, 03 Apud Foosche p. 45)

Tomar essa atitude requer sacrifícios. Se o casal tiver filho ou filhos, além do sacrifício deve-se tomar cuidado para não prejudicar a alimentação e o ensino. Pense em coisas mais simples primeiro.

Não adianta: cortar gastos exige sacrifícios. Dói em ter que fazê-los. Se no banheiro tem três lâmpadas, afrouxe duas e deixe uma só. Veja o que é básico para a sobrevivência de vocês. Conversem sobre o assunto e conscientizem da necessidade de economizarem no telefone, na água, energia elétrica e em outros itens. (BIFANO 07 p.1)

Como já foi dito, não há jeito, é mudança de estilo de vida sem apego ao luxo exagerado ou aos bens.

 

c) Negociem suas dívidas, não fujam dos credores.

O fim das dívidas é o sonho de todos os que estão em crise financeira. Todos “precisam estabelecer um dia ‘D’ – Dia sem Dívidas” (DAYTON 03 p.47). Até pode ser entediante essa atitude, mas não será por um passe de mágica que as dívidas serão liquidadas.

Faça então duas listas: Uma dos pagamentos fixos mensais e uma das dívidas dos pagamentos atrasados, logo após, programe o pagamento. Informe ao credor o seu plano. “É raro um credor que não esteja de acordo com uma pessoa que faz um esforço sério para pagar sua dívida” (DAYTON 03 p.47). O seu cronograma de pagamento deve seguir alguns critérios, que conforme Dayton (03) se baseiam em “dois fatos: O tamanho da dívida e a taxa de juros cobrada” (DAYTON 03 p.47).

Quando os esforços são concentrados nas dívidas menores há a possibilidade delas serem quitadas mais rapidamente, esse movimento, segundo Dayton (03) produz um encorajamento que fará a pessoa aplicar o dinheiro para pagar próxima dívida. Já quanto aos juros, além da atenção para as taxas cobradas em cada dívida, as que concentram as maiores taxas devem ser liquidadas primeiro. 

Mas, para Bifano (07), as dívidas do cartão de crédito devem receber maior atenção e serem pagas com prioridade. Elas é que detém as maiores taxas de juros do mercado, contudo, cuidado para não cair na tentação de pegar dinheiro emprestado, mesmo em bancos que possuem taxas de juros menores que as dos cartões. Peça ajuda de um especialista se for o caso. O SPC/SERASA (07) incentiva a renegociação com o credor ao invés da fuga. 

A próxima vez que algum credor ligar, ao invés de dizer que não está, atenda o telefone, e explique a sua situação. Diga que não tem como arcar com o pagamento, mas que quer fazê-lo, e se existe alguma possibilidade do mesmo ser facilitado. Você pode não acreditar, mas cada vez mais os credores entendem que é melhor aceitar o pagamento em parcelas, do que perder um cliente para sempre, e não receber nada, ou ter que esperar anos até receber algo. (DIVIDAS, CADIN – SPC/SERASA 07, p.1).

Essa atitude é no mínimo honesta e mostra seu interesse em liquidar a dívida. Contudo, não pense em pagar tudo de uma vez a um único credor. Concentre os pagamentos nas dívidas menores, nos juros mais altos. Pagando um credor apenas, segundo o SPC/SERASA (07), você resolve um problema apenas. Fixe-se em sair do vermelho “reduzindo o tamanho dos obstáculos” (DIVIDAS, CADIN – SPC/SERASA 07, p.1). Talvez você fique por um período com o mesmo número de credores, mas deverá menos para cada um deles.

 

d) Aumente sua Renda

Segundo o IEF (07) aumentar a renda é uma opção ideal para sair da crise e se todos conseguissem fazer isso substancialmente, não seria necessário a tristeza dos cortes nos gastos.

Para aumentar a renda muitos pensam em aumento de salário, mas na atual conjuntura econômica as pessoas estão lutando para segurarem seus empregos sem a adição de mais nada. O que fazer então? Para Bifano (07), além de segurar o emprego fixo, pode-se ganhar uma renda extra vendendo roupas, artesanatos, perfumes, etc. Já o IEF (07) afirma: 

A experiência tem demonstrado que a melhor alternativa de trabalho extra é aquele que pode ser efetuado em casa. Isto poupa tempo e custo com deslocamento e também reduz a despesa com alimentação […] em face desse quadro, o aumento da renda só poderá obtido (sic) com trabalho adicional à noite ou finais de semana. (INSTITUTO DE ESTUDOS FINANCEIROS, p 3)

Há várias formas de usar o tempo do final de semana para aumentar a renda, trabalhos de digitação, artesanatos, vendas de cosméticos, etc., mas o instituto chama atenção para um fator: o cuidado que se deve ter para que a atividade extra não prejudique seu desempenho no trabalho semanal, caso isto aconteça pode surgir um novo problema, a perda do seu emprego.

 

e) Comprem somente a vista

Não é errado comprar a prazo ou com cartão de crédito, mas se o assunto é fugir da crise financeira, corte seu cartão, literalmente, pegue uma tesoura e corte-o, após isso, passe a comprar somente à vista.

A única forma que conheço de não acumular dívida extra é pagando à vista, com dinheiro, cheque ou cartão de débito no momento da compra. […] não creio que um cartão de crédito seja inerente um pecado, mas é perigoso. As estatísticas mostram que as pessoas gastam um terço a mais quando usam cartão de crédito em vez de dinheiro, porque não sentem realmente gastando dinheiro, já que estão usando um cartão de plástico. (DAYTON, 03 p. 49)

De acordo com Dayton (03), para quem está endividado o cartão de crédito é um perigo iminente, fugir dele é a melhor arma, comprar a vista a melhor solução, pois sempre se consegue um desconto e não há compromissos para o futuro. Mas, se não for possível comprar à vista? Se não houver dinheiro? As próximas atitudes respondem claramente essa questão.

 

f) Nunca, jamais peçam dinheiro emprestado

Na ânsia de conseguir dinheiro para sair da crise muitos pedem dinheiro emprestado, sem se importar com as conseqüências.  Pense nas orientações bíblicas: “O rico domina sobre os pobres; e o que toma emprestado é servo do que empresta.” (Provérbios 22.7 Bíblia Viva Revista e Corrigida). “A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco…” (Romanos 13.8 Bíblia Viva Revista e Corrigida). Bifano (03) sintetiza essa atitude afirmando que ficar longe de agiotas ou de financeiras que são agiotas embustidos é a atitude mais coerente a ser tomada. Não queira entrar numa nova cilada financeira.

 

g) Sejam satisfeitos com o que têm.

Não pode comprar, não compre. Está fora do seu orçamento, não compre. “Vivemos numa cultura cuja indústria de propaganda tem maquinado, com poder e sofisticação métodos de persuadir o consumidor a comprar. Freqüentemente, a mensagem tem a intenção de criar um descontentamento com aquilo que temos” (DAYTON 03 p.19). A postura de vida que deve ser tomada é que a provisão vem de Deus.

Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? Pois a todas estas coisas os gentios procuram. Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mateus 6. 25-34 Bíblia Viva Revista e Corrigida)

Estar satisfeito com o que possui faz parte da mudança de postura no seu padrão de vida. Esperar o melhor momento para comprar, ter renda suficiente, planejar, estruturar, tudo isso facilitará que fique livre de dívidas.

 

5. A NECESSIDADE DE UM ORÇAMENTO FAMILIAR FINANCEIRO

Segundo Collins (04), para controlar as finanças é necessário um orçamento financeiro. O conselheiro cristão pode e deve ajudar os aconselhandos nos primeiros passos desse planejamento. As atitudes já sugeridas neste artigo são a base para esse orçamento. Resumindo, os aconselhandos devem, segundo Collins (04), fazer uma lista dos fatos para reconhecer a situação que se encontram, estabelecer metas que incluem pagar as dívidas e aumentar a renda, além disso, “sustentar a causa de Cristo, poupar para educação dos filhos ou aposentadoria, ter dinheiro para viajar ou comprar uma casa” (COLLINS 04 p.628). Faz-se necessário nesse planejamento estabelecer prioridades. Para Collins (04) muitas pessoas não conseguem cumprir todas as metas rapidamente, por isso é necessário “decidir o que pode ser feito agora e o que ficará para depois. O dízimo, a liquidação dos débitos e a eliminação da rolagem das dívidas no cartão de crédito devem estar no topo da lista de prioridades” (COLLINS 04 p.629). Além disso, há a necessidade de saber quais são os artigos de necessidades, vontades e desejos.

[…] necessidades são as compras para prover comida, moradia, vestuário, assistência médica, transporte e outros itens básicos. Vontades envolvem escolhas ligadas à qualidade: comprar um carro novo ou usado, comer carne de segunda ou de primeira. Desejos são itens que podem ser comprados depois de atender as prioridades. (COLLINS 04 p.629).

Com isso em mente, e depois de estabelecer as prioridades é sugerido por Collins (04) que se faça um plano orçamentário. Com esse orçamento tem-se a possibilidade de gerenciar e controlar os gastos financeiros, pois nele se inclui “um registro das despesas feitas, de modo a identificar para onde está indo o dinheiro” (COLLINS 04 p. 629). Jesus ao ensinar sobre a responsabilidade de ser discípulo ensina sobre o planejamento financeiro:

Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar? Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar. Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? No caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.(Lucas 14. 27-32 Bíblia Vida Revista e Corrigida)

Sobre orçamento e planejamento, Campanhã (02) chama atenção para o fato que “orçamento não é planejamento” (CAMPANHÃ 02 p17). Discorrendo sobre planejamento estratégico familiar, Campanhã (02) afirma que casais que confundem orçamento com planejamento passam a trabalhar com a idéia fixa de ganhar muito dinheiro e esquecem do que é a família realmente. “Enquanto trabalham duro para ganhar dinheiro e manter o ciclo funcionando, não terão tempo para refletir sobre a superficialidade da vida conjugal, sobre a falta de atenção aos filhos e nem mesmo sobre o propósito de sua vida como seres humanos” (CAMPANHÃ 02 p.17).

Para Campanhã (02) um planejamento familiar é muito mais complexo e deve começar já no namoro e ser estruturado à medida que o relacionamento vai crescendo no casamento. No planejamento estratégico familiar deve se identificar a visão de família, a missão como família, as metas e os desafios. Mas, se não foi possível agir assim no início, não há motivos para desesperança, pois sempre há a possibilidade de reestruturar ou replanejar o casamento, ou seja, recomeçar em família. No caso de um casal em crise financeira o primeiro passo já foi dado. A busca de um orçamento familiar para fugir das dívidas. Saindo da crise, o momento que se segue é o de replanejar a vida para que a família viva em harmonia. 

 

6. CONCLUSÃO

Estas reflexões certamente não esgotam assunto do tema proposto. Porém, diante das considerações levantadas convém afirmar que é possível solucionar uma crise financeira e voltar a ter um relacionamento saudável. Mas, isso não virá sem esforço e sacrifício do casal. As medidas apresentadas nesse artigo parecem simplistas, mas não está longe da realidade sugerida por especialistas da área. Não é só a falta de dinheiro a causa das crises financeiras, mas também a administração do quanto se ganha, seja muito ou pouco. Controlar as finanças não dará ao casal somente um senso de realização profissional, mas de harmonia familiar também, pois como se viu, evita angústias e aflições nos lares. 

As pessoas têm-se escravizado ao pensamento consumista que visa o ter e o luxo excessivo, numa vida de aparências e cheia de superficialidade. Quem busca viver conforme os padrões de Deus lembra-se que tudo é de D’Ele e a Ele deve-se toda gratidão por deixar usufruir dos bens como mordomos, ou despenseiros D’Ele.

Se as ações, caminhos e atitudes que foram apresentadas, forem analisadas e colocadas em prática, com disciplina de oração e disciplina de atitude, pelos aconselhandos, em pouco tempo evidenciará uma vida melhor financeiramente e harmoniosa no lar.

 

Créditos ao Autor: Ezequiel Queirós

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS DO ESTUDO “ACONSELHAMENTO EM MEIO A CRISE FINANCEIRA”

AGUIAR, Marcelo Rodrigues de. Aconselhamento em Situações de Crise. In: Curso de Pós-Graduação com Especialização em Aconselhamento Cristão. Módulo VIII. Vitória: 2007, 1p.

 

AGUIAR, Marcelo Rodrigues de. Base Bíblica do Aconselhamento. In: Curso de Pós-Graduação com Especialização em Aconselhamento Cristão. Módulo III. Vitória: 2007, 4p.

 

BIBLIA. Português. A Bíblia de Estudo Vida: Almeida revista e atualizada. São Paulo: Vida, 2ª impressão 1999.

 

BIFANO, Gilson. Está atolado em Dívidas. Clik Família.São Paulo, Out. de 2007, 1 p. Disponível em www.clikfamilia.org.br acessado em 16 de outubro de 2007 às 17:42.

 

CADIN – SPC/SERASA. Dívidas. São Paulo: 2007, 2 p. Disponível em www.igf.com.br/dicas/intelect.gerenciamentofinanceiro. Acessado em 20 de novembro de 2007 às 19:25.

 

CAMPANHÃ, Josué. Planejamento Estratégico com Família.  São Paulo: Vida, 2002. 187p.

 

COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão Edição Século 21. São Paulo: Vida, 2004. p 619 à 634.

 

DAYTON, Howard. O Seu Dinheiro. São Paulo: Bess, 2003,188p.

 

INSTITUTO DE ESTUDOS FINANCEIROS. Finanças Pessoais – treinamento e consultoria. 2007, 4p disponível em www.ief.com.br acessado em 20 de novembro de 2007 às 20:20.

 

KOCH, Irineo. O Equilíbrio do Lar. São Paulo: 2007, 2p. Disponível em www.dsa.org.br/materiais/artigos. Acessado em 20 de outubro de 2007.

 

MACDONALD, Gordon. Ponha Ordem no seu Mundo Interior. Venda Nova – MG: Betânia, 1988. 216 p.